quarta-feira, 26 de maio de 2010

Novela virtual

IV CAPÍTULO



Na terça-feira geralmente era um dia movimentado na loja,por essa razão nem senti o tempo passar.A noite chegou rápido.Às horas voaram e nem percebi.Resolvi ir andando para casa,assim no caminho podia decidir se ia ou não ao encontro de Isinha.Resolvi que sim e em vêz de ir para casa apressei o passo em direção a ponte.Lá chegando gritei de longe.
-Isinha, Isinha.E fui descendo pela lateral da ponte,olhando cauteloso para todos os lados.Avistei uma fogueira acesa e várias pessoas sentadas ao redor.Ao me aproximar deu para distinguir a mendiga,o barbudo,Isinha e várias outras pessoas que conversavam alegremente e fumavam também.
Ao me ver a mendiga veio ao meu encontro,dando voltas ao meu redor como se estivesse dançando.
-Olá,disse ela,não se assuste,sente aqui e fume com a gente.Sofia deu uma gargalhada e de um pulo chegou bem pertinho de mim.
-Você não me assusta mais,e adorei esse novo modelo.
O vestido de Sofia era feito de pedaços de faixas de propaganda,na blusa dava prá ver alguns números 9,99,21,30 etc.Na saia a palavra liquidação estava estampada.
E foi só com esse pequeno elogio que conquistei a confiança dela.
Sentei no chão perto de Isinha e pude olhar cada elemento daquela estranha família mais de perto.
Isinha olhou-me e disse:
-Seja bem vindo a nossa turma e me ofereceu uma caneca feita de lata.-Aceita? É café.
Confesso que peguei só por educação porém a última coisa que eu desejava era colocar minha boca naquela caneca.
Mesmo assim como diz o ditado "fiz das tripas coração" e dei um gole no café,que para minha surpresa estava bem saboroso.
Bem,falou ela agora que o nosso convidado chegou,vamos começar a nossa reunião.
-Convidamos você por dois motivos:O primeiro foi para lhe devolver sua mochila, e o segundo para lhe fazer um convite.

(Continua no proximo capítulo.)

sábado, 22 de maio de 2010

A FOME E O SONHO

Barriga vazia...de fome
Cabeça cheia...de sonhos
Os sonhos passeiam mudos
A fome doi doi...
Os sonhos distraem
A fome me faz pequenina
Os sonhos gigante
A fome me destroi e me mata
Os sonhos me ajudam a viver.

sábado, 15 de maio de 2010

A novela Virtual

III CAPÍTULO



O último biscoito ela deu a um cachorro preto com manchas brancas a quem ela chamou de tarzã.
Depois que o grupo se desfez Isinha ficou só com a mendiga fashion e o cachorro.
Achei que era uma boa hora para me apresentar e fui me aproximando um pouco receoso com minha mochila nas costas e a vara de pescar na mão.
-Oi!disse timidamente.
Ningém respondeu.
-Meu nome é Ivan, e já ouvi lá no calçadão que seu nome é Isinha.
Isinha se assustou ao tempo que a mendiga pegou um pedaço de pau no chão,avançou para ele e gritou.
-Pra trás, pra trás e foi correndo em direção a ele.
Ele jogou a mochila no chão a vara de pescar e saiu em disparada.
Ao ver aquilo as duas começaram a rir.E se abraçaram.
-Muito bem Sofia é assim que se coloca um malandro prá correr.
Sofia era o nome da mendiga,pelo menos era o nome que Isinha tinha batizado,alegando que ela se parecia com uma atriz italiana que tinha os seios enormes.
É claro que ela adorou o nome pois o verdadeiro nem ela mesmo sabia.
Ivan saiu dali a correr e só parou perto de casa,ofegante e molhado de suor.
-Ufa,pensou foi por pouco.Sentou-se em um banco ali mesmo no calçadão e começou a pensar no que faria para continuar seu plano.Porém estava assustado e resolveu ir para casa.Estava com fome e precisava tomar um banho.
Ao entrar em casa a mãe que ainda estava na mesa tomando café,perguntou admirada.
-Aonde você foi tão cedo?Pensei que estivesse dormindo.
-Fui correr no calçadão e estou morrendo de fome,vou só tomar um banho e volto logo.
O resto do dia Ivan ficou matutando,mas nenhuma idéia boa surgiu em sua mente.
No outro dia a mesma rotina de sempre,acordar cedo ir para a escola e depois do almoço trabalhar, vender sapatos.
Vender é um dom e Ivan tinha esse dom,era um exelente vendedor.Era muito difícil alguém ser atendido por ele e sair sem levar nada.E quando a loja fecha ele volta para casa contente apesar de cansado.E a noite ainda tinha que ir ao calçadão.
E essa noite era especial,estava ansioso para ver Isinha.Será que ela lhe reconheceria?Resolveu se disfarçar um pouco.Prendeu os cabelos que já estavam nos ombros,colocou um boné e uma jaqueta.Olhou-se no espelho e fêz um gesto de aprovação.
Foi direto ao lugar onde ficavam fazendo piruetas com skate.Porém
naquela noite Isinha não apareceu.Sentiu vontade de ir pr0cura-la mas lembrou da mendiga e desistiu.
Saiu em busca de sua turma de amigos para conversar abobrinha.Conversa vai e conversa vem quando olhou para o relógio já eram quase meia noite.Despediu-se e voltou para casa avistou ao longe alguém que lhe pareceu conhecida,esperou aproximar-se e viu que era a mendiga da ponte.Enterrou o boné até o meio da testa com medo de ser reconhecido e passou olhando disfarçadamente.Ela como sempre estava muito elegante,vinha vestindo um modelito de saco de estopa desfiado na barra e nas mangas. Não pude deixar de achar graça em tamanha criatividade.
Ela vinha caminhando em direção a ele e ao chegar em frente parou.
Ei mocinho,Isinha quer falar com você,apareça lá em casa amanhã de manhã.
Ele parecia ter virado uma estátua,estava petrificado.
-Não precisa ficar com medo eu estou em missão de paz.Deu as costas e foi embora.
Ivan apressou o passo devido ao adiantado da hora.Já na cama ficou a relembrar o singular encontro.E sorriu,falando consigo mesmo.
-Lá em casa.Essa é muito boa chamar aquilo de casa.
Adormeceu com aquela dúvida,será que devo ir ou é uma armadilha? No entanto a curiosidade era grande.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

UMA e OUTRA

Para minhas queridas filhas Emanuelle e Elizabeth,escrita a 23 anos atrás.É isso aí vocês enchem de alegria minha vida.

Uma e Outra

Duas carinhas mimosas
Nascidas do mesmo galho
Duas flores,duas rosas
Duas gotinhas de orvalho

II
Uma é a cara da outra
O que uma faz,a outra faz
Se você olha prá uma
Descubra se fôr capaz

III
As vêzes brincam juntinhas
] Outras ficam brigando
Uma bate e a outra morde
E as duas saem chorando

IV
Uma tem nome de doce
É um pedacinho do céu
Ela é mais manhosinha
E seu apelido é Mel

V
A outra é mais valente
E vive rindo a fofinha
Sempre alegre e sorridemte
E lhe chamam de Betinha

VI
Quando vocês crescerem
E lerem essa poesia
Podem ter tôda certeza
De que não é fantasia
Te amamos de verdade
Na tristeza e na alegria

Parece que acertei, não foi? Foi tudo igualzinho. Amo muito vocês.

Aguardem o terceiro capítulo da novela virtual.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

II capítulo Novela Virtual

Alguém está se banhando no rio e parece muito feliz,pela maneira como mergulha e espalha água pra todo lado.Não dá para distinguir quem é,por causa da distância.Então pego o anzol e jogo na água fingindo pescar,assim posso observar melhor sem levantar suspeita.
Aos poucos vão se levantando um a um daquela estranha família de seres excluídos da sociedade.Pessoas que não vivem, apenas sobrevivem,comendo sobras que alguma pessoa faz a caridade de doar.
Começo então a observar um a um com meu binóculo que não esqueci de trazer.O primeiro que vejo é um homem não muito velho vestido de trapos com uma barba enorme.Levantou-se apanhou uma sacola no chão tirou de dentro uma garrafa e deu grandes goles um atrás do outro,depois caminhou em direção ao mangue e sumiu por trás dos arbustos.Acho que foi fazer as nescessidades fisiológicas.Direcionei o binóculo para uma criança que corria de um lado para o outro entregue a própria sorte.Depois vejo uma velhinha agachada no chão com um caximbo na boca soltando baforadas.
Isinha vem chegando toda molhada e descubro que era ela quem se banhava no rio, começou a pentear os longos cabelos que depois entrançou.Depois dirigiu-se a uma senhora que fazia café em um fogo improvissado.Apesar dos andrajos mostrava ser uma senhora jovem devia ter uns quarenta anos,porém tinha um ar de nobreza e o modelo que vestia sem dúvida era original,feito com uma colcha velha com motivos infantis que ela fez de um ombro só com uma tira amarrada na cintura e na cabêça um torço que dava um toque de elegância.Poderíamos lhe chamar de mendiga fashion.
Ela ofereceu uma lata a Isinha com café quente.Essa por sua vêz pegou de dentro de uma sacola vários pacotes de biscoito e saiu distribuindo.Parecia conformada com aquela estranha família.
Acabado o café da manhã coletivo,começaram a sair cada um para a sua rotina.Qualquer dia,penso eu, vou saber o que cada um faz durante o dia.Agora o meu objetivo era saber de Isinha.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Oi, gente já está chegando o mês de junho,das quadrilhas,das pamonhas,dos foguetes,de ariá a fivela nos arrasta-pés.Êta tempinho bom,então vamos "FORROZIAR"







FORROZIAR



Êta tempo bom,saia de chita,laço de fita moça bonita.

Menino traquino soltando rojão.Fogueira acesa queimando e ardendo dentro de mim.

Caldo de cana escorrendo,o coração batendo e a sanfona a chorar.

Vamos minha Maria,bote a rosa no cabelo,no pé o chinelo amarelo

e vamos forroziar.

Depois você pensa o que fala prá patroa,porém hoje a festa é boa e vamos forroziar.

Sacode as cadeiras prá lá e prá cá,se enrr0sca no nego e pode cochilar.

Maria vacila e pensa nas panelas que no outro dia vai ter que lavar,na comida prá cozinhar e na casa prá arrumar.

E ele também pensamento longe,na massa do cimento,no tijolo,na construção.

Sanfoneiro puxa o fole e ele toma mais um gole,ela faz o corpo mole pro moreno agradar.

Esquecer as correrias tristezas do dia a dia, hoje é so forroziar.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Novela Virtual

I capítulo

Lá vem ela com seu jeito de andar muito próprio,balançando o corpo prá lá e prá cá.Para quem não conhece ela é uma garota de cabelos castanhos,compridos,que fica no calçadão em cima de um skate fazendo piruetas. Seu nome é Isa mais conhecida por Isinha.Fita amarrada na testa ela é de uma beleza exótica, olhos verdes,pele morena escura.
Vendo-a assim em cima do seu skate fico a imaginar aonde ela mora.
E resolvo segui-la,para desvendar o mistério.E lá vai ela com seu skate em baixo do braço.Segue ao longo do calçadão em direção à ponte e desce a encosta.Por mais inacreditável que pareça é aí mesmo que ela mora,em baixo da ponte.Mais como será que foi parar ali em um lugar tão miserável, uma garota que parece não combinar em nada com o ambiente.O seu jeito de falar e de se comportar parecia ter estudado,apesar de falar bastante gíria.E eu estava ficando cada vêz mais curioso.Resolvi observá-la,segui-la e desvendar o seu mistério.
Fiquei de longe sentado na areia,fingindo que olhava o rio.
Ela sentou-se em um caixote de madeira tirou do bolso um pão não sei bem se era um sanduiche.
-Amanhã trarei um binóculo pensei alto.
Depois que terminou o sanduiche jogou o papel em uma caixa ao lado, que imaginei ser o lixeiro.Espreguiçou-se tirou a fita do cabelo e de dentro da mochila saiu um pente que passou nos longos cabelos lisos.Depois escovou os dentes, pois com ela também tinha escova e pastade dentes.Em seguida cobriu o chão com papelão deitou-se e adormeceu.
Gostaria de ficar ali para ver se chegava mais alguém e vê -la acordar, saber como era o seu dia.Porém tinha que voltar para casa e admitia que tinha medo de passar a noite ali sozinho.
Aposto que vocês querem saber quem sou eu,pois então vou me apresentar:-Meu nome é Ivan e moro em frente ao calçadão, do qual sou frequentador assíduo.Pela manhã vou para a escola e à tarde trabalho em uma loja de sapatos e ainda me sobra a noite para bater perna,jogar conversa fora e conversar com amigos,comer cachorro quente e de vêz em quando tomar uma cerveja que ningúem é de ferro.Porque agora já completei dezoito anos e sou dono do meu nariz.Embora minha mãe ainda me trata como criança,toda manhã faz vitamina de banana e me leva na cama.
Adormeci pensando no mistério que tinha para desvendar.No dia seguinte fui para a escola pensando em um plano.Precisava me aproximar dela.No domingo avisei em casa que passaria o dia fora,preparei um lanche e saí de casa bem cedinho,ainda estava escuro eram 4:30 da manhã.Cheguei na ponte e o sol estava começando a surgir brilhante em cima das águas do rio.Por um instante parei deslumbrado diante daquele espetáculo.Dei a volta e fiquei um pouco afasrado para não ser notado.E me surpreendi ao olhar para baixo e ver a quantidade de pessoas que dormiam ali umas junto das outras sobre camas de papelão.

sábado, 1 de maio de 2010

Se de repente o céu escurecer e você não enxergar nem o horizonte,continue caminhando, agora cautelosamente.Pois vale a pena seguir em frente mesmo tatiando, para poder ver depois da escuridão, o grandioso espetáculo do nascer do sol.


Atenção segunda feira dia 03/05/2010 leiam o primeiro capítulo da novela virtual.Romance-ficção-ação e muito mais.