sábado, 26 de junho de 2010

FORRÓDROMO




Olhando para cima com a mão nos olhos por causa da claridade,Zequinha olha espantado e curioso o letreiro luminoso que brilha no alto do galpão enfeitado de bandeirinhas.
Só consegue ler a primeira sílaba,FO,pois o letreiro acende e apaga,até parece um vagalume doido.
Todo ano ele sai da roça aonde mora e vem brincar o São João na cidade.Cidadezinha do interior é claro,que fica pertinho da roça.Dizem que são os melhores festejos juninos do estado.Zequinha acha que é a melhor festa do mundo.
Êta festa gostosa,danço na rua com as moreninhas suadas até o nascer do sol.Tem forro a noite inteirinha.
E mesmo quando se para um pouquinho, para tomar um gole de cachaça,o pé fica mexendo prá lá e prá cá.
Duas coisas que fazem um perfeito casamento é o forró e a cachaça.
O mel vai descendo pela goela abaixo, o som vai entrando pelos ouvidos, vamos ficando leves esquecendo as tristezas e o ritmo sem graça do dia a dia, o trabalho duro na roça prá dar comida a criançada.
Falou nos filhos, lembrou de dona Rosa. Um dia ainda trago ela para ver a festança.Bem que ela se assanhou,engomou até a saia.Mas hoje eu quero muita mulher muita cachaça me acabar aqui na praça.
-Êta diabo de pinga mais forte, cadê a praça?
-Não é mais praça zequinha, o negócio agora é chique, e se chama forródromo.
-Cuma é mesmo? Forró de que seu menino?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

V CAPÍTULO


Quem falou primeiro foi Sofia
-Você não deve acreditar em tudo que vê.Porque nunca verá tudo que acredita.
Nisso o velhinho que estava sentado fumando,levantou-se chegou perto deles,virou a bunda para Ivan e disparou bem alto gritando "um peidão para voces e desabou a rir sem controle.
Pela primeira vêz Ivan falou também alto,colocando em seguida a mão no nariz.
-Que horror velho peidão, parece que comeu rato podre,não achei graça nenhuma.
Isinha pediu para o velhinho ficar quieto.
-Fefê,disse ela deixe de bricadeira porque a conversa agora é séria.
Ele então foi para perto do rio e deixou a conversa continuar.
Ivan foi o primeiro a falar depois do incidente mau cheiroso.
-É melhor me dizer logo o que tem prá falar pois eu vou embora,já é tarde.
-Então o convite que tenho a fazer é que de hoje em diante você seja o escritor do livro que eu e Sofia queremos escrever.
-Por essa eu não esperava,porque vocês mesmas não escrevem?
-Não sabemos arrumar as palavras vamos só contar a nossa história e você vai escrevendo do seu jeito.
-Se for assim eu topo.Amanhã começaremos.
-Combinado falaram as duas ao mesmo tempo.
_Só mais uma pergunta fala Ivan levantando-se ,porque ele se chama Fefê?
-Fui eu mesma quem batizou, Sofia grita ,FEDORENTO.
-O velho corre para Sofia de braços abertos e fala.
-Um abraço minha querida.
Sofia pega o pau e corre atrás dele que desaparece atrás dos manguezais.